Crônica: A verdade nua, mas não crua!

por Ellaine de Araujo Campos Toledo

No século XIX surgiu uma lenda muito interessante sobre um encontro muito inusitado que permeia fortemente os dias atuais.

Conta a lenda que há muito tempo atrás a mentira e a verdade se encontraram, a mentira astuta que é, puxou conversa: Que dia lindo!

A verdade, meio desconfiada, olha em volta e após constatar que realmente o dia estava muito bonito, se surpreende ao ouvir uma verdade da mentira, então, responde: sim, o dia está lindo.

A mentira amigavelmente insiste na conversa: o Sol está bem quente! A verdade novamente concorda, e começam a caminhar... ao se aproximarem de um poço a mentira, dissimuladamente envolve a verdade, afirmando que deviam se refrescar um pouco e rapidamente tira as suas roupas e entra no poço com satisfação.

A verdade, convencida de que a mentira estava querendo ser uma pessoa melhor, ficou muito feliz, tirou as suas roupas e entrou também.

Estavam se divertindo muito na água, e quando a verdade estava distraída, a mentira sorrateiramente saiu da água, vestiu as roupas da verdade e saiu correndo mundo afora.

A verdade ficou furiosa, mas, era tarde para alcançar a mentira, ela já havia se espalhado. então, a verdade ao ver as vestes da mentira ao lado do poço, se recusou a vesti-las. Como não havia motivo para se envergonhar, ergueu a cabeça e saiu nua pela cidade, pelo mundo, e com tristeza percebeu que as pessoas evitavam vê-la, fechavam os olhos e, muitas vezes, até a repudiavam.

Desde então, a mentira segue astuta, dissimulando, envolvendo, distraindo, convencendo e fatalmente destruindo, mas, satisfazendo as necessidades de pessoas hipócritas e a verdade segue nua, altiva, majestosa e visível somente aos que com coragem a recebem de frente.

Não feche os olhos, brilhe e deixe brilhar!

Sucesso!

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