Crônica: O cavalo e o diabo

por Ellaine de Araujo Campos Toledo

Reza a lenda que um cavalo estava amarrado e para demonstrar o seu descontentamento, relinchava vez ou outra, inquieto. O demônio vendo a situação não pensou duas vezes, soltou o cavalo.

O cavalo saiu em disparada, entrou em uma grande fazenda e começou a comer toda a plantação, o dono da fazenda rapidamente pegou sua espingarda e com vários tiros, matou o pobre cavalo.

O dono do cavalo, quando ficou sabendo do que aconteceu com o seu animal mais estimado, ficou furioso! Tomado pela indignação e perplexo com o ocorrido, pegou o seu revólver e sem qualquer hesitação matou o dono da fazenda.

A mulher do dono da fazenda ficou desesperada, de um salto pegou a espingarda do marido e sem pensar, atirou! Matou o dono do cavalo.

O filho do dono do cavalo ficou revoltado com a perda do pai e sem qualquer possibilidade de entendimento entre as partes, matou a mulher.

Os vizinhos, tomados por um sentimento incontrolável de ira, em cólera, se uniram e mataram o garoto, queimaram a sua casa e tudo que havia nela.

Depois de tanto terror, pânico e perdas, os vizinhos intrigados, perguntaram ao demônio porque ele havia feito tudo aquilo e o demônio muito satisfeito respondeu de pronto: eu só soltei o cavalo!

E muito animado, o demônio continuou, as coisas que eu faço são muito simples, a maldade que vai no coração das pessoas que se encarrega do resto.

Devemos refletir o que vai em nosso coração e as nossas atitudes diante dos inúmeros “cavalos” que soltam na nossa frente, que “comem” os nossos sonhos, nosso trabalho duro, nossas expectativas... desespero, revolta, ira, fúria, muitas vezes, a maior contribuição para o mal é a nossa, ao fazer do “simples” a nossa frente um problema gigantesco.

Reflita, brilhe e deixe brilhar!

Sucesso!

Imagem de sarabesancon por Pixabay