Crônica: O preço do silêncio
- Ellaine Toledo

- 4 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de jan. de 2024
por Ellaine de Araujo Campos Toledo

Os consultórios dos psicólogos estão lotados de pessoas que por algum motivo silenciaram, silenciaram questões familiares, de trabalho, e tantas outras. Todas amplamente debatidas em um divã, a questão é: só se chega ao divã quando o “silenciar” já causou prejuízos, seja na saúde física ou psicológica.
Em várias plataformas, diversos documentários em todas as áreas: saúde, religião, educação, esporte... onde o abuso de poder, dissimulação, corrupção só foram divulgados e cessados, através da coragem de uma voz, mas, o mal já estava feito! Anos de tortura, agressão física e psicológica, comunicação perversa, estupro e outros...
Com ampla divulgação, alguns casos, aterrorizarão para sempre as suas vítimas, é o caso do antigo médico da Federação de Ginástica dos Estados Unidos, o diretor de cinema, o médium mais respeitado e querido do Brasil, a enfermeira dinamarquesa, o médico anestesista brasileiro, o escândalo das próteses, escândalos envolvendo dinheiro público que seria direcionado ao tratamento de doenças sérias, hospitais fantasmas... a lista, lamentavelmente, não tem fim. Mas, bastou uma única voz não silenciar, e toda lama veio à tona!
A perversidade está tão escancarada que deixou de ser um tabu há muito tempo, e pior, se estendeu também, a alguns aplicativos e plataformas digitais. Anos de silêncio podem significar anos de repetidas e incalculáveis tragédias, causando irreparáveis danos ao indivíduo, organizações e Estado. O preço do silêncio pode ser devastador!
Todo mal tem início com pequenas ações perversas, mas quando os interesses pessoais se sobrepõem à dignidade humana e algumas pessoas próximas, com cargo, função ou autonomia de inibir o mal, não o faz, o mal toma forma e força, nasce um monstro!
Autocuidado envolve não silenciar, se houver uma mínima possibilidade, não hesite em falar quando algo te incomoda, arranque a erva daninha pela raiz, repreenda o mal na hora, com palavras, atitudes ou gestos de reprovação. Fingir que não viu ou ouviu não é a melhor opção! Toda erva daninha só cresce onde tem espaço.
Silenciar adoece, “o corpo fala o que a boca cala”. Que as pessoas possam ir aos psicólogos como vão à academia, apenas para manter a saúde e bem estar e não para tentar entender e curar o inexplicável mal que lhe fizeram.
Reflita o seu silêncio, brilhe e deixe brilhar!
Sucesso!
Imagem de Clker-Free-Vector-Images por Pixabay




Que talento incrível! Você consegue organizar as palavras de forma tão coerente que consegue descrever a realidade de muita gente! Incrível, parabéns!
"Fingir que não viu ou ouviu não é a melhor opção! Toda erva daninha só cresce onde tem espaço."
Verdade Ellaine devemos cortar o mal pela raiz e ficando em silêncio o opressor estará sempre em ação fazendo novas vítimas.