Crônica: Pessoas são como vinhos!

por Ellaine de Araújo Campos Toledo

Tão antigo quanto a humanidade está o velho e bom vinho! Há algo mágico na forma como as pessoas se assemelham a vinhos. Quando jovens, mosto, quando velhos, vinho! As características iniciais, de alguma forma, sempre estarão presentes e com infinita diversidade de nuances e sabores, cada um conta sua própria história, envelhecendo com o tempo e ganhando complexidade com as experiências vividas.

Tinto, branco, rosé, espumante, licoroso... e, assim, as pessoas como vinhos, são moldadas por seu terroir, pela terra que pisam, pelos relacionamentos que cultivam e pelos desafios que enfrentam (prensagem).

Algumas pessoas, como um bom Cabernet Sauvignon, envelhecem com graciosidade ao longo dos anos. Suas histórias entrelaçadas como uvas maduras, deixam um gosto duradouro na memória. Cada ruga em seus rostos conta uma narrativa rica, cheia de alegrias e desafios superados.

Em contraste, há aqueles como vinhos jovens, frescos e vibrantes. A energia contagiante de suas risadas é como abrir uma garrafa de Sauvignon Blanc gelado em um dia quente de verão. Uma incalculável explosão de sabores, uma experiência única que deixa exuberantes sorrisos por onde passa.

Assim como nas safras de vinhos, a vida traz anos bons e ruins. Pessoas passam por estações, assim como as vinhas atravessam as mudanças climáticas. Algumas enfrentam tempestades, mas emergem mais fortes, enquanto outras murcham sob a pressão.

E, é claro, há ainda, pessoas que se assemelham aos vinhos raros e preciosos, guardados na adega da memória. Elas são as confidentes, as sábias, cujas palavras são como um vinho do Porto Vintage: raro, icônico, fascinante! Aperfeiçoam-se ao longo de muitas décadas e sua sabedoria, como um aroma persistente, permeia a vida daqueles ao seu redor.

Contudo, assim como um vinho pode surpreender com sua evolução ao longo do tempo, as pessoas também. Elas podem se reinventar, descobrir novos aspectos de si mesmas e surpreender até mesmo os mais conhecedores degustadores da vida.

Metáforas à parte, a verdadeira beleza está na diversidade. Logo, como uma adega repleta de vinhos diferentes, o mundo é enriquecido pela variedade de pessoas que o habitam. Então, da próxima vez que encontrar alguém, lembre-se: pessoas são como vinhos, cada uma com sua própria essência, pronta para ser descoberta e apreciada.

Pegue a sua taça e desperte o enólogo de vida, opa! De vinho que há em você.

Tim-tim, brilhe e deixe brilhar!

Sucesso!

Imagem: Pixabay